Agronegócio em nossa região: fortalecimento da produção de Eucalipto e Cana-de-açúcar gera polêmica 

Quando a Belo Mineira iniciou os plantios de eucalipto em Bom Despacho e região, despertou para muitos a preocupação se essa monocultura poderia vir a trazer malefícios para os recursos hídricos dos municípios onde haviam sido realizadas as plantações. Recentemente temos ouvido o Presidente Lula defender a produção de cana-de-açúcar em fóruns internacionais, o motivo é que o Brasil estava sendo acusado por grupos ambientalistas de causar um aumento nos preços dos alimentos, segundo ele as áreas onde antes se plantavam alimentos estavam perdendo espaço para o setor sucroalcooleiro.  Segundo a Associação Gaúcha de Empresas Florestais, o emprego do eucalipto é criticado porque a planta consome muita água e isso levaria ao esgotamento dos recursos hídricos nas proximidades das áreas florestadas. Foi a partir daí que surgiu a expressão deserto verde, bandeira dos movimentos sociais contra as gigantes do setor. As pesquisas têm mostrado, no entanto, que a absorção de água pela planta é igual a outros cultivos agrícolas e ela não teria capacidade para esgotar a água. Primeiro porque suas raízes ficam longe do lençol freático e, segundo, porque a árvore só absorve a água disponibilizada com a chuva e é isso que vai determinar seu crescimento. Morador da localidade de Dom Marcos (RS) desde que nasceu, há 41 anos, o agricultor Antônio José Machado se diz preocupado com a cada vez mais freqüente falta de água na região. Ele reclama que fontes históricas estão secando e atribui o fenômeno ao plantio de eucalipto. “Tem vizinho que já se mudou porque não consegue mais irrigar a lavoura de arroz”, afirmou. Em conversa com o Engenheiro Agrônomo (e bondespachense) Dr. Breno Regis, o plantio do eucalipto não é prejudicial assim como se alega e além do mais  a planta acaba retendo o complexo NPK, não causando a desertificação após a retirada das árvores. 

Sobre a cana-de-açúcar, a polêmica é maior, estima-se que o Brasil produzirá 50 milhões de toneladas de cana-de-açúcar a mais que na safra encerrada em 2007. Revertida, essa produção renderá aproximadamente 4,25 bilhões de litros de álcool. O país, neste momento, não possui mercado para consumir todo esse volume de combustível. Partindo desses dados, a previsão é de que o número de exportações aumentará, assim como a produção de veículos do tipo flex. O produtor, buscando contornar esse problema, precisa contar ainda com novas políticas públicas. O preço da tonelada da cana na safra de 2007/2008 deve ser fechada por volta de R$ 35 reais, sem os eventuais descontos de taxas e impostos oficiais. O custo da produção está acima de R$ 46 reais por tonelada. No mesmo ano, foram produzidos 475 milhões de toneladas, onde 90% foram destinados para o setor sucroalcooleiro. O setor exporta atualmente 60% do açúcar e 15 % do álcool produzidos, essas informações provenientes da revista eletrônica Página Rural, de Rio Verde/GO, demonstra a preocupação do resultado financeiro desse investimento. Tem-se observado na nossa região a troca de culturas de alimentos pelo arrendamento de terrenos para a produção da cana-de-açúcar, isso a médio prazo pode vir a gerar aumento no preço dos alimentos, caso o Governo não venha a intervir com Políticas de produção.

O preço do arroz fez a inflamação subir em maio, somente em 2007 o arroz teve alta de 70%, segundo o Instituto Internacional de Pesquisa do Arroz (IRRI, em inglês) as causas seriam: as terras para produção de arroz e a água para irrigação estão sendo perdidas devido à industrialização e à urbanização. A crescente demanda por carne e laticínios, principalmente na crescente classe média de países como Índia e China, também está tomando as terras que antes eram voltadas para a produção de arroz. Fatores climáticos como inundações na Indonésia e Bangladesh, e o recente clima frio no Vietnã e na China, também prejudicaram a produção, segundo o IRRI. Os grandes produtores de arroz, China, Vietnã, Egito e Índia, impuseram restrições às exportações.

Rápidas e Rasteiras:

Comemorações do Centenário em 2012: na matéria passada comentei sobre o Prefeito do Centenário, recebi de pessoas próximas as seguintes observações: existirão também os Vereadores do Centenário e essa festa não deve ser preocupação apenas dos Poderes Legislativo e Executivo, deve ser também de toda a população (empresários, professores, ONG´s, mídia, polícias, etc). Cursos de Extensão nas Férias: A UNIPAC está se programando para ofertar cursos de extensão (em diversas áreas do conhecimento), onde além de alunos toda a comunidade poderá participar (empresários e seus funcionários, aposentados, estudantes, etc), acontecerão no mês de julho (do dia 14 a 31). 

Bom Despacho, carvoarias, trabalho escravo: parece que esse assunto não tem fim, no dia 10 de junho, o jornal Folha de São Paulo noticiou que 7 pessoas da nossa cidade estavam trabalhando em condições subumanas em carvoarias nos municípios de Pedro Gomes e Coxim, Estado de Mato Grosso do Sul, o carvão era enviado para cá e comprado por empresas da região, segundo a reportagem.  Por Ítalo Coutinho, amigo do Adriel da Martinelli e sobrinho do João Bento da Prata.e-mail engenharia@saletto.com.br

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