* Artigo Originalmente publicado no Jornal GAZETA, em Junho/2017.

As cidades inteligentes são aquelas que

gerenciam seus recursos de forma eficiente.

O trânsito, os serviços públicos e a resposta a

desastres devem ser operados de forma

inteligente, a fim de minimizar os custos,

reduzir as emissões de carbono e

aumentar o desempenho..”

 

– Eduardo Paes, prefeito do Rio de Janeiro, Cidade Olímpica em 2016.

 

A Smart City é uma cidade bem executada e construída sobre o ‘inteligente’. É uma combinação de doações de atividades de autodeterminação, cidadãos independentes e conscientes. Através da governança participativa, busca-se qualidade de vida, gestão eficiente dos recursos naturais, crescimento econômico sustentável, mobilidade e empreendedorismo.

 

Assim, as chamadas cidades inteligentes além do uso intenso de tecnologias, também explora soluções simples e que favoreçam a resolução de graves problemas urbanos como água, energia, transporte, riscos sociais e emprego. As ações sempre são concebidas por comunidade, gestores públicos, empresas especialistas e a academia.

 

Referências mundiais

 

Na Coréia do Sul a cidade de Songdo tem se tornado importante centro urbano com forte planejamento. O slogan da cidade é: “A três horas e meia de um terço da população mundial. Também classificada em aerotrópole, tudo começou em 2009 e foi considerada pelo jornal The Guardian como a primeira cidade inteligente do mundo. Estímulos em investimento promoveram várias opções de mobilidade e a disseminação de espaços verdes. Por exemplo: sensores subterrâneos conseguem identificar as condições de trânsito e assim os semáforos funcionam de maneira mais eficiente. São 25 quilômetros de ciclovia, um lago e um canal abastecidos com água do mar para umidificar o ambiente e são aproveitados para taxis aquáticos.

 

Em Copenhague, na Dinamarca, o foco principal foi a diminuição do uso de combustíveis de origem do petróleo ou fóssil. A revista Fast Company, uma das mais respeitadas quando o assunto é inovação, já deu por 2 vezes o título de cidade mais inteligente da Europa para a capital dinamarquesa. A partir de 2005 o conceito de carbono zero passou a ser intensificado por governantes locais, reduzindo 21% das emissões. Atualmente emite 2 milhões de toneladas per capita de carbono por ano, a meta é chegar em 2025 emitindo 1,16 milhão. Para isso todos os novos edifícios precisam ser construídos respeitando projetos de total sustentabilidade. Metade da população anda de bicicleta, isso já ajuda bastante e resolve muitos problemas no trânsito. Mais recente as bicicletas com GPS e sensores da qualidade do ar, informam ao usuário as condições do ambiente.

 

Nos Estados Unidos, a cidade de Santa Ana buscou otimizar o uso de recursos racionalizando o uso de água. O reaproveitamento é a principal característica das suas iniciativas, até mesmo água dos sanitários passa por um processo de limpeza o que a torna reutilizável. Com a ajuda de elementos químicos e luz ultravioleta as partículas de sujeira e elementos biológicos são isolados numa membrana até que não reste nada além de água potável. Santa Ana possui 330 mil habitantes e todos os domicílios recebem água tratada por este processo, chamado de micro purificação. A usina também atende outras cidades, estima-se que mais de 600.000 lares se beneficiam do sistema.

 

Em solo brasileiro

 

Por aqui as cidades brasileiras têm se preocupado com o consumo de energia elétrica. Depois de dois sustos recentes, 2002 e 2014, ninguém quer saber de racionamento, aumento na taxa de energia. Os smart grid, redes inteligentes de energia elétrica, permitem aumentar o controle contra perda de energia no processo de distribuição. Em Belo Horizonte a CEMIG monitora mais de 12 mil unidades consumidoras, o sistema faz a medição e o faturamento da energia de forma digitalizada. O Grupo CPFL Energia usa a mesma tecnologia para aferir os dados de mais de 25.000 consumidores. A empresa inaugurou recentemente um centro de despacho inteligente que permite enviar aos consultores de campo as demandas de consumidores em tempo real. Smart grid já permite também gerar a energia própria, consumir e o excedente vender à concessionária, a energia é gerada a partir de painéis fotovoltaicos ou energia eólica.

 

O Urbanismo inteligente, uma das vertentes do conceito de cidades inteligentes, está sendo aplicado na cidade de Croatá, no interior do Ceará. Com o nome de Smart City Laguna, o complexo será construído dentro dos padrões do Programa Minha Casa Minha Vida e abrigará mais de 25 mil habitantes. A italiana Planet está a frente do empreendimento e garante que tudo será um novo referencial de urbanismo e moradia. O transporte público, geração de energia, entretenimento, tratamento da qualidade do ar, tudo terá o que há de mais moderno. Segundo os idealizadores o projeto se baseia em 4 pilares: pessoas, arquitetura e urbanismo, tecnologia e meio-ambiente.

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