* Artigo Originalmente publicado no Jornal GAZETA, em Fevereiro/2017.

 

“Se construímos esses dispositivos para

cuidar de tudo para nós, eventualmente

eles vão pensar mais rápido do que nós

e vão se livrar dos seres humanos

lentos para que as empresas e seus

negócios sejam mais eficientes.” – Steve Wozniak, co-fundador da Apple.

Não pense que apenas o Wozniak tem uma visão apocalíptica do futuro e as máquinas. Neste seleto clube alertam também Bill Gates (Microsoft), Stephen Hawking (astrofísico) e Elon Musk (cientista bilionário estilo Tony Stark). A preocupação comum a todos é uso excessivo e abusivo de algoritmos nas máquinas que podem tomar decisões por si só e interferirem no nosso cotidiano.

Para Douglas Ciriacco, a Inteligência Artificial (IA) é um ramo da ciência da computação que se propõe a elaborar dispositivos que simulem a capacidade humana de raciocinar, perceber, tomar decisões e resolver problemas, enfim, a capacidade de ser inteligente.

Está no seu carro

Alguns carros vendidos no Brasil já têm um pouco desta tecnologia de tomada decisão por um software. Carros como CRV e HRV, ambos da Honda, contém dispositivos que tomam ações para evitar que eles capotem ou saiam numa curva. Avaliando inclinação do veículo, velocidade e resposta a frenagem do motorista, o sistema atua fazendo correções, tornando a direção mais firme e evitando acidentes graves.

Google e Tesla já estão testando a IA em carros para fazerem muito mais. A ideia é que os carros possam ser autônomos e consigam realizar trajetos mais rápidos, seguros e que consumam menos combustível. Elon Musk (um dos sócios da Tesla) acredita que em um futuro próximo os carros autônomos estarão disponíveis e a preços acessíveis.

Mercado Financeiro

Há um bom tempo já estão em funcionamento sistemas robotizados para compra e venda de ações. Existe uma legislação própria e tratados internacionais para regular esta prática e evitar estrondos em economias. Imagina a decisão de venda de todas as ações de determinada empresa baseada em dados incorretos ou insuficientes. Seria um grande estrago e imensas perdas financeiras.

Neste tipo de IA podemos destacar dois tipos de automação: o robot-advisor e o robot-trader. O robot-advisor é um serviço de gestão focado na alocação dos recursos do investidor em diferentes classes de ativos financeiros. É uma solução completa para quem quer investir e não tem tempo ou vontade de administrar o patrimônio sozinho. Já o robo-trader é uma ferramenta para automatizar estratégias de investimento na bolsa de valores, baseadas, na maioria das vezes, em análise técnica ou gráfica. Neste último tipo de robô, a estratégia é montada para tentar identificar oportunidades de ganho com a flutuação de preço das ações negociadas na BM&FBovespa, e garantindo assim trades serão executados sem atraso.

O que vem por aí

Cortana no Windows do Bill Gates, Siri no celular do Wozniak, Alexa na Amazons do Bezos, são alguns exemplos que irão ampliar e nos imergir neste fascinante (e perigoso) mundo da Inteligência Artificial. Olha alguns números e pesquisas (os dados são de 2016):

  1. Havia mais de US $ 300 milhões em capital de risco investido em startups da IA em 2014, um aumento de 300% em relação ao ano anterior. (Bloomberg)
  2. Até 2020, 85% das interações com clientes serão gerenciadas sem um ser humano. (Gartner)
  3. 44% dos executivos acreditam que o benefício mais importante da inteligência artificial é “comunicações automatizadas que fornecem dados que podem ser usados ​​para tomar decisões”. (Ciência Narrativa)
  4. Até o final de 2018, “assistentes digitais de clientes” irá reconhecer os clientes por rosto e voz através de canais e parceiros. (Gartner)
  5. 80% dos executivos acreditam que a inteligência artificial melhora o desempenho dos trabalhadores e cria empregos. (Ciência Narrativa)
  6. Até 2020, os agentes inteligentes gerenciarão 40% das interações móveis. (Gartner)
  7. A inteligência artificial substituirá 16% dos empregos americanos no final da década. (Forrester)
  8. 15% dos proprietários de telefones da Apple usam os recursos de reconhecimento de voz da Siri. (BGR)

Ei Siri, o que temos para fazer em Divinópolis sábado à noite?

Colaboraram com este artigo: Rodrigo Couto e Silva, cientista da computação, Site Techmundo, Vérios Corretora.

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