*artigo exclusivo para o Jornal Voz da Metrópole (BH/MG)

Henry Ford, criador da companhia de carros que leva seu nome, quando foi solicitado a realizar a abertura de um museu em sua homenagem, disse aos presentes que não serão políticos ou generais que irão mudar o futuro, mas pessoas simples, do dia-a-dia, como fazendeiros ou engenheiros.

O acontecido foi em 1916, o mundo estava nas prévias da Primeira Grande Guerra, a ascensão americana se despontava no comércio internacional e na produção industrial. Santos Dumont e Irmãos Wright já haviam feito seus vôos e introduzido o avião no contexto de transporte a longas distâncias. Infelizmente também para figuras como o Barão Vermelho (Manfred Albrecht Freiherr von Richthofen), aviador alemão que abateu mais de 60 aeronaves, muito mais estrategista do que acrobata, foi um destaque na guerra que se desenrolava na Europa.

O mundo nos anos 2000 encontra outras particularidades. A introdução massiva das conexões e comunicações instantâneas, entre pessoas e máquinas, transforma fake news em cargos políticos, celebra generais militares como solucionadores de problemas cotidianos, fazendeiros como possíveis degradadores do meio-ambiente e engenheiros que usam simplicidade em tudo que requer profundidade e atenção.

Final de 2018 e início de 2019 encontramos a Economia dos EUA abalada por declarações impróprias do seu maior líder, um ex-apresentador de TV e com discurso puramente nacionalista. A bolsa de valores nunca havia tido uma grande queda desde a grande depressão de 1929. Tornar a América grande de novo não tem sido tarefa fácil, talvez os twets sejam mais carregados de emoção do que empatia por imigrantes e as instituições.

Em terras tropicais nos deparamos com um índice alto de confiança do consumidor. Estados da federação como Minas Gerais e Rio de Janeiro criam grande expectativa com novos nomes do picadeiro político que se tornou o chamado efeito de “presidencialismo de coalizão“. Espera-se que a ordem traga o progresso, além de restaurar a esperança republicana, possa apaziguar o mercado e trazer investimentos. Reformas precisarão ser realizadas, pois sem isso a confiança alcançada não sustentará contas públicas e por consequência a Economia brasileira em geral.

É preciso acreditar mais na tecnologia no campo. Investir em soluções de problemas para que não sejamos apenas o celeiro mundial, mas que tenhamos grande quantidade de alimentos em pequenas áreas, preservando o meio-ambiente. É preciso retomar grandes centros de pesquisa e desenvolvimento, acreditar na aliança empresa-academia-governos e crescer a quantidade e qualidade de soluções de engenharia para nosso cotidiano.

Continuamos acreditando que pessoas comuns serão protagonistas de ações extra-ordinárias, precisamos acreditar e promover esperança, sonhos e coragem, somente assim teremos respeito, ordem e progresso.

Fonte: https://www.economist.com/free-exchange/2015/04/13/the-pasts-long-shadow

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