Rapadura do cerrado: uma iguaria que chegou ao Brasil nos anos do Descobrimento

O Doce Rapadura é de origem açoriana ou canária em forma de pequenos tijolos, com sabor e composição semelhantes ao açúcar mascavo.
Era fabricada em pequenos engenhos de açúcar, surgiu no século XVI como solução para transporte de açúcar em pequenas quantidades para uso individual. Assim, como o açúcar granulado umedecia e melava facilmente, os tijolos de rapadura eram facilmente acomodados em sacolas de viajantes, resistindo durante meses a mudanças atmosféricas.

A iguaria é feita a partir da cana-de-açúcar após moagem, fervura do caldo, moldagem e secagem.  Considerado um alimento com maior valor
nutritivo que o açúcar refinado pois, enquanto este é quase exclusivamente sacarose a rapadura possui outras substâncias nutritivas em sua composição.

Sabe de onde vem o nome ? O nome rapadura, uma variação de “raspadura” (originada do verbo raspar), originou-se da raspagem das camadas espessas de açúcar presas às paredes dos tachos utilizados para a fabricação do mesmo.

Vamos deixar de lado a Ciência e História da rapadura e vamos falar de um momento bacana demais que passei com meus amigos recentemente. Estava no Sítio Dona Lizeta com meus pais e fiquei sabendo que ali perto a fazenda de amigos (e quase parentes) estavam moendo a cana-de-açúcar para fazer o bendito doce.

Não pensei duas vezes, pegamos a estrada (com muita poeira) e seguimos em direção à fazenda dos irmãos Dário e Geraldo Rezende. Chegando lá estavam todos em muita festa e muito trabalho! O caldo de cana já estava fervendo em um grande tacho de cobre. O fogo estava forte, com o tição no meio e outras madeiras ao redor queimando em alta temperatura.

Atento à formação da espuma por cima do caldo que fervilhava, estava o Sr. Ataíde, experiente e dedicado amigo doceiro. Toda vez que a espuma acumulava, ele pega uma espumadeira e colhia a borra que se formava por cima do caldo de cana que fervia. Em paralelo os irmãos Rezende montavam as formas de rapadura com a ajuda do amigo quase paulista, Roberto.

Determinado momento o caldo ganhara uma certa densidad. Era separado em pequenos potes, era o melado que se formava. Tinha que colocá-lo para esfriar aos poucos, sob o risco de cristalizar. De tempos em tempos Ataíde conferia o ponto jogando um pouco do caldo, agora denseo em um copo de água. Como em passe de mágica tudo ganha outro aspecto, aquela massa de açúcar é jogada em um vasilhame de madeira. A massa é batida, como quem faz bala puxa-puxa. Antes de esfriar é enformada. Pronto ! Os mágicos tabletes de rapadura agora estão prontos, apenas aguardando resfriar para serem distribuídos entre os amigos.

Ganhar uma rapadura é como ganhar um prêmio !

Não importa se é producente ou não, se é lento e toma um dia de trabalho para se fazerem pouco mais de 20 rapaduras e 10 potes de melado. A amizade, a tradição, a diversão saudável, tudo isso vale muito.

Pense nisso e bons projetos!

Fim do trabalho: Dário, Ataíde e Roberto

 

Painel

Opinião do Especialista
Conhecendo um pouco mais sobre a Nota Fiscal Eletrônica (NF-e)Uma das maiores mudanças ocorridas no cenário empresarial nos últimos anos foi,
certamente, a implantação e obrigatoriedade de uso da Nota Fiscal Eletrônica
(NF-e) em empresas de variados setores. Apesar de o nome remeter apenas à
informatização da nota fiscal de papel que tanto conhecemos, o que envolve esta
implantação é muito mais abrangente do que parece, transformando a rotina das
empresas (para melhor, em muitos casos).A NF-e é um documento fiscal eletrônico, utilizado para emitir e armazenar de forma
eletrônica documentos empresariais. O objetivo de sua utilização é realizar a
transmissão das informações tributárias da empresa, tais como operações
tributadas pelos impostos ICMS e IPI, para permitir análises pelos órgãos
fiscais dos municípios, estados e federação.A atividade operacional determina se uma empresa é ou não obrigada a utilizar a
NF-e. Em um futuro não muito distante, o objetivo da Receita Federal é que
todas as empresas utilizem este instrumento, até porque isto facilita
sobremaneira sua fiscalização, mas por enquanto existe uma listagem de atividades
operacionais obrigadas a emitir a NF-e, a qual cresce constantemente.De acordo com dados disponibilizados no Portal da Nota Fiscal Eletrônica (http://www.nfe.fazenda.gov.br/),
já são mais de 5 bilhões de notas autorizadas para mais de 800 mil
contribuintes emissores.Em meio a tantas mudanças, o certo é que as empresas deverão se adaptar a esta nova
realidade, pois o não cumprimento das normas propostas poderá gerar grandes
perdas, especialmente financeiras. Os órgãos fiscais, por meio do cruzamento
eletrônico dos dados coletados, já são capazes de identificar diversas
irregularidades nas operações das empresas, bem como eliminar vários trâmites
burocráticos relacionados ao manuseio do papel.
Fale com o Especialista: Prof. Eduardo Melo /  educmelo@gmail.com

Nota do colunista: em outubro/2012 os textos voltam a ter notas do cotidiano de Bom Despacho.

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