INTRODUÇÃO

No artigo “Quanto mais engenheiros, maior seria o PIB em cada Estado do Brasil?”, discorri sobre a relação entre número de engenheiros versus o Produto Interno Bruto de cada Estado (PIB), aproveitei e coloquei na discussão o IDH (índice de desenvolvimento humano) para testar uma hipótese sobre desenvolvimento regional e engenharia. Agora, no contexto das entidades de classe da Engenharia quero testar a seguinte hipótese: se tem pouca participação de determinada categoria de profissional e existem oportunidades, por que não promover a entidade?

Ao avaliar o artigo do Ernesto Berg, intitulado “Como matar a sua associação ou entidade de classe“, onde ele apresenta 12 tópicos para responder a provocação do título do seu texto. Para corroborar com este meu artigo, destaco:

1. Não frequente a entidade mas, quando for lá ache algo para reclamar.

10. Sugira, insista e cobre a realização de cursos e palestras. Quando a entidade realizá-los, não se inscreva nem compareça, alegando que as datas eram inadequadas.

Ao contrário de tudo isso quero trazer uma reflexão sobre a entidade de classe IBAPE, com suas sucursais em todos os Estados brasileiros, incluindo aí o Distrito Federal. Antes vamos ver alguns insights retirados de uma pesquisa com os associados, seu sexo, formação e onde se localizam os afiliados no Brasil.

Mas o que é o IBAPE?

Fundado em 1957, o IBAPE Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia é uma Entidade Federativa Nacional de caráter técnico com um destacado histórico institucional construído através de ações pioneiras intimamente ligadas ao desenvolvimento das atividades dos profissionais da engenharia e da arquitetura atuantes nos campos das avaliações de bens e das perícias.

A PESQUISA

Foi realizada no site do Ibape Nacional e nos sites de Ibapes estaduais que continham dados públicos dos afiliados (em consonância com a LGPD). As premissas da pesquisa foram: (1) Dois Estados do Brasil não têm IBAPE (Roraima e Amapá) e 5 Estados (Acre, Paraíba, Amapá, Alagoas, Tocantins) não identificamos afiliados. (2) Estamos contabilizando a quantidade por profissão habilitada e cadastrada no IBAPE (ou seja, se o profissional é Engenheiro Mecânico e Engenheiro de Segurança, contabiliza 2 vezes). (3) A margem de erro desta pesquisa é +/- 5 p.p.. 

Com isso elaboramos no Power BI um painel contendo dados dinâmicos sobre:

1- Distribuição por Sexo em cada Estado do Brasil
2- Distribuição por Sexo e por Categoria Profissional
3- Distribuição por Categoria Profissional em cada Estado do Brasil

Para ver a pesquisa por completo e as tabelas dinâmicas, acesse: https://bit.ly/pesquisa_ibape2023.

Alguns insights e análises breves:

Figura 1 – Distribuição por Sexo x Profissionais do IBAPE (Nacional)

Insight #001: A proporção homem/mulher é gritante, se repete em todos os estados, onde sempre aparece com mais homens do que mulheres.

Insight #002: Isso demonstra que existe um campo enorme para as mulheres participarem e atuarem. 

Figura 2 – Engenheiros Civis versus Sexo, todo o Brasil

Insight #003: Os engenheiros civis e engenheiras civis correspondem a 65% dos profissionais afiliados, o que justifica uma maior quantidade de cursos, estudos, normas, práticas recomendadas para a área de Civil.

Insight #004: Se outras engenharias ficam em menor quantidade, existem então um campo enorme de avaliações e perícias a ser desbravado por engenheiros como das áreas de Produção, Mecânica, Elétrica, Automação, etc.

Figura 3 – Engenheiros Civis por Estado da Federação

Insight #005: Os Estados brasileiros de São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Mato Grosso correspondem por 67% dos afiliados.

Insight #006: Existe uma possibilidade de crescimento dos afiliados em outros Estados com alta densidade de engenheiros como Pará, Bahia, Maranhão, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, mas pode ocorrer um crescimento em todos os outros locais e a criação nos Estados de Roraima e Amapá.

Insight #007: Existe a participação de profissionais como Administradores, Advogados e Arquitetos.

Insight #008: Existe a participação de afiliados por empresa.

Insight #009: Os IBAPEs estão em 25 dos 27 Estados da Federação.

ANÁLISES

A partir dos insights e ideias iniciais observados é possível criar algumas proposições, tais como:

A) Provocar eventos do tipo “Mulher na Engenharia de Avaliações e Perícias”, mostrando oportunidades, como atuar, como se afiliar.

B) Maior número de cursos de temas de Engenharia Diagnóstica, Avaliações, Legal e Perícias para outras áreas da engenharia como Mecânica, Minas, Eletrônica, etc.

C) Incentivar a criação dos IBAPE´s nos Estados do Brasil que ainda não têm.

D) Criar comissões interestaduais para organizar as normas e práticas recomendadas já produzidas e publicadas.

E) Criar comissões interestaduais para normas e práticas recomendadas em diversas áreas da Engenharia além da Civil.

CONCLUSÃO

É possível sim trazer a maior participação de todos. Naturalmente o engenheiro ou engenheira tem dificuldade em se agrupar para discussões técnicas. Ao demonstrar os benefícios em torno de entidades que têm uma representatividade nacional, certamente o envolvimento dos participantes será natural.

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