A coluna desta semana traz um bate-papo bem à vontade com o Roberto. Infelizmente precisamos fazer uso da Internet para que esta entrevista acontecesse, o que não prejudicou a mensagem principal que é falar de Bom Despacho e Negócios. Roberto Ângelo Costa, tem 29 anos, historiador, gestor cultural, lojista e natural de Belo Horizonte. Seus pais são José Lúcio e Djanira Maria, naturais da cidade. O pai era funcionário do DER, onde na ocasião mudaram-se para BH, voltando à terrinha em 2001. Roberto também é neto da professora que era conhecida como “Dona Maria de Lourdes dos Bento Cristino do Couto”, lecionou por toda a vida, um legado para o neto aqui entrevistado.

Ítalo – Como foi sua história para abrir seu negócio próprio?

Roberto – Em 2006 estava terminando a graduação em História. Trabalhava o dia inteiro em uma Loja aqui na cidade e estudava a noite. Com o término da graduação, resolvi que além de trabalhar com Educação, abriria o meu próprio negócio no segmento de Street Wear, uma vez que já conhecia toda a cultura que o envolve. Nos anos 90 era atleta amador de skate. Competia em vários campeonatos a nível Estadual e Federal, chegando quase a me profissionalizar. Então conheci muita gente no meio. Muitos amigos daquela época hoje são profissionais e vivem do skate e seu entorno. Muitos fizeram como eu, montaram sua própria loja ou marca. Além de competir, participava do cenário da música independente, tocando em bandas de Hardcore e Skate Rock. Depois de muito analisar o mercado, conversar, com vários amigos, resolvi levar em frente o meu projeto.

Ítalo – Além da loja, o que mais tem feito na cidade?

Roberto – Desde então tenho desenvolvido inúmeros projetos que envolvem a cultura na qual legitimo, a cultura urbana, suas potencialidades e desdobramentos sociais. Desenvolvo um projeto de escolinha de Skate com crianças que queiram aprender sobre o esporte, sua cultura. Além de aulas práticas, trabalho com eles também alguns conceitos que são básicos para todo atleta: postura perante a sociedade, a importância de uma alimentação saudável, o papel da água, o trabalho em equipe. Outro fator interessante é que a loja tornou-se uma referência, enquanto espaço de produção cultural e estímulo para novas ações empreendedoras. Os jovens da cidade, meus amigos, são parte dela. Todas as vezes que chega uma nova coleção, são eles próprios que vestem as roupas, tiram as fotos e divulgam em sites, comunidades do orkut, blogs. E nessa “brincadeira” dois deles empreenderam seu próprio estúdio de fotografias. Hoje são profissionais da área e desenvolvem um belo trabalho na cidade e em outras localidades. Outro exemplo de empreendedorismo a partir do espaço que cedo na Queda Livre foi um amigo que iniciou a sua carreira de DJ discotecando no lançamento de uma marca.

Ítalo – Nem tudo com certeza foram flores, e os obstáculos?

Roberto – Quanto ás dificuldades, elas sempre aparecerão, em qualquer projeto que você se propõe a executar. No meu caso, a maior dificuldade que enfrentei no começo foi pelo fato de ter saído da condição de funcionário e ter aberto empresa própria. Muitas pessoas não enxergam o empreendedorismo com “bons” olhos nesse caso. Mas com trabalho e dedicação fui conquistando o meu espaço e respeito.

Ítalo – Existe uma receita vencedora?

Roberto – Não acredito em fórmulas prontas para se obter êxito nas vendas. Mas é essencial conhecer bem o segmento em que se propõe a atuar. Ter uma visão global do negócio e isso a História me auxilia bastante. Saber desde o processo de fabricação do produto, até o momento da venda, do contato com o cliente, incluindo os efeitos e desdobramentos que tal produto irá exercer em sua vida.

Rápidas & Rasteiras:

CDl/ACIBOM comenta sobre os ambulantes: “Lendo o Jornal de Negócios, edição 1049, na sua coluna vi eu comentário sobre a quantidade de vendedores ambulantes em Bom Despacho, e esta sua preocupação é a mesma da CDL ACIBOM. Devido o número cada vez crescente de vendedores nas ruas, passeios e praças de Bom Despacho, vendendo frutas, comidas, doces, móveis e tudo aquilo que se pode comercializar, a CDL ACIBOM enviou ofícios nos dia 23 e 24 de março deste ano para o Sr. Paulo Sérgio Teixeira Leite, chefe do setor de Arrecadação e Fiscalização Municipal e para a Sra. Célia Cristina Araújo Machado, chefe da Administração Fazendária, solicitando uma fiscalização mais rígida, inclusive nos finais de semana nos locais em que se concentram os vendedores, tanto quanto a obrigação de emissão de nota fiscal, como alvará municipal. A venda feita por ambulantes sem emissão de nota fiscal e sem alvará permitindo a conduta, além de enfraquecer o comércio local, deixa de arrecadar tributos municipais. Ocorre que até o presente momento os ofícios não foram respondidos, e não temos qualquer informação sobre a fiscalização. Assim, ficamos satisfeitos ao ver que esta não é uma preocupação apenas da CDL ACIBOM, mas também sua. Parabéns pela matéria. Atenciosamente, Viviane Mesquita Mello Vieira Assessora Jurídica da CDL/ACIBOM.”.

Feito da semana: o cinema voltou! Mais de 300 pessoas estiveram no 1º Cine Sesc Mosaico. Nas palavras da articulista cultural Cibele Oliveira: “(…) compartilho com vocês, no dia de hoje, minha alegria e porque não dizer nossa (do Boleka, da Aline e do Beto:  produtor do projeto Cine SESC Mosaico) pela grande porta que se abre para a arte e cultura em Bom Despacho e para os trabalhos do Mosaico Centro de Arte e Cultura. O teatro do nosso colega Juninho contou com  300 pessoas e o cinema (no mesmo dia e hora, após 2 décadas que o Cine Regina foi fechado), com 300 pessoas também (…)”.

Ruas esburacadas por obras de saneamento e abastecimento d´água: a Copasa se comprometeu no prazo de 10 dias, a partir do dia 30 de março, a recomposição dos danos causados por ela nas vias públicas. Manifeste-se, tire uma foto da sua rua e envie com os dados completos (nome, local, telefone) para o contato desta coluna.

Piso Nacional da Educação: obrigação das prefeituras a partir de janeiro. A Prefeitura de Bom Despacho não está cumprindo essa determinação. O piso é de R$950,00, todo professor não pode ganhar menos que isso. Sabia Seu Haroldo?. Você professor que está lendo esta matéria, procure saber dos seus direitos.

Participe da matéria desta coluna: esta matéria foi adiantada devido ao feriado da Páscoa, assim na próxima semana vamos falar de qualidade no atendimento ao cliente e ao público em geral aqui em Bom Despacho. Mande seus comentários para o e-mail de contato desta coluna ou para a portaria do jornal. Sua participação é importante!

Para pensar: “Paz sem voz não é paz, é medo”. O Rappa (conjunto musical).

Ítalo Coutinho é Professor e Coordenador do Curso de Gestão Estratégica de Projetos e Empreendimentos da UNIPAC, contatos para essa coluna pelo e-mail engenharia@saletto.com.br .

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